Meus pensamentos
voam, as vezes não consigo alcançá-los e normalmente acabam
se perdendo de mim. Mas hoje acordei com um desejo enorme de
escrever. Escrever minhas crônicas; crônicas do meu tempo e de
pensamentos dispersos perdidos entre lembranças e recentes
recordações do ontem. Engraçado..., a cada segundo que envelheço, amadureço
pensamentos em idéias e ideais que me envolvem e me devolvem a
lucidez por segundos perdida em devaneios. Ontem, contemplei a chuva,
adoro a chuva. Era noite e os pingos dourados produzidos pelos faróis
dos carros caíam no asfalto promovendo em mim uma nostalgia
infantil. Cheguei em casa, abri a janela e fiquei olhando
incessantemente cada gota, cada pingo e seu burburinho entre as
folhas do meu jardim.
Acordei com o dia nublado. Cumprimenteio-o como
sempre faço. Recebi a visita de uma bela borboleta alaranjada que
contente sugava o néctar das flores ainda molhadas. Percebi a
felicidade embrionária fecundando em mim um êxtase de plenitude.
Ouvi gritos, risos, sussuros. Estava alí, no saguão de minha casa,
experimentando o óbvio, despercebida pela borboleta alaranjada que
não me notou, e, se notou. fez-se ausente de mim. Pensei em minha
amiga que foi trocada por engano pelo amor mal resolvido e absorvida
em prantos se maldizia do amor trocado. Pensei no morto, assassinado
pelo amigo desafeto, porque o amor preferiu morar com outro. Pensei
nas famílias que perdem seus filhos, sem nunca poder resgatá-los.
Pensei o quanto fui tola por não saber lidar com sentimentos à mim
tantas vezes outorgados. Pensei na felicidade simples em simplificar
a vida, pensei, pensei e resolvi externar o que sinto
Rosana Rodrigues 17/07/2012