Uma coisa que sempre me chamou a atenção foi envelhecer a dois. Há tempos, os casamentos eram escolhidos pelos pais, na maioria das vezes, a noiva só ia ver o seu futuro marido no dia do casamento. A mulher era mesmo um objeto, um negócio, uma mercadoria. E até hoje, essa prática é comum em países onde a poligamia é permitida. Contudo, quero falar de amor. Minha avó materna, conheceu meu avô numa viagem de trem. Ela nos contava com tanto entusiasmo seu primeiro amor à primeira vista, que chegávamos a voltar ao tempo, só para ver o brilho dos seus olhos. Vovó, dizia que ele era elegante, bonito, inteligente e um homem extraordinário. De fato; vovô era tudo isso e muito mais. Era meu vovozão querido. Viveram 65 anos de casados, 3 filhos e 8 netos. Infelizmente não viveu o suficiente para ver seus bisnetos.
Lembro-me, vez por outra, ele nos levava ao cinema para assistirmos filmes de “Tarzan.” Na volta, passávamos em uma sorveteria e fazíamos a festa. Pronto! O domingo estava completo.
A sociedade “moderna,” sobretudo dos grandes centros urbanos, sofreu com a metamorfose da separação. Primeiro, a separação dos pais, antes visto só com a morte e raras vezes com o abandono da família. Depois, veio o desquite e, consequentemente, o divórcio. Não obstante esse turbilhão, eis que surge o banal. Banal, porque as relações perderam seu real sentido em existir. A liberdade exacerbada do sexo aberto, permissivo e promíscuo, avançou desmedido confundindo cabeças atreladas a álcool, drogas e rock end roll.
Sinto saudade dos tempos onde se namororava na porta de casa e nossos pais conheciam nosso namorado(a), e as famílias também. A libidinagem era a tônica do namoro cheio de desejos e aflições. Com o advento da liberdade, calou-se para sempre o respeito.
Não sou contrária a liberdade, e sim, aos excessos, os limites inexistentes. A banalização do desejo através do sexo e da nudez explicita, antes vista só em filmes pornôs. Não estou enfatizando e nem reforçando um comportamento “machista” em meu discurso, enfatizo sim, valores, a valorização da mulher como mulher. Atuante, moderna, equilibrada, independente, inteligente e presente. Presente na vida dos filhos, presente no trato familiar, presente no seu cotidiano; sem se ausentar de seus sonhos e sem perder seu encanto.
Ouço com muita frequência, amigos meus dizerem que o casamento é hoje uma entidade falida, esses amigos que ouço-os falar assim, estão sós, e, o mais contraditório, é que estão a procura de alguém para se relacionar. Muitos, buscam mecanismos nada ortodoxos na internet, sem ao menos saber que aquela pessoa existe de fato. Os comportamentos mudaram ou mudaram as pessoas conforme seus comportamentos?
Texto de Rosana Rodrigues
Belém, 31-07-2010
Fotografia extraída da Internet através do GOOGLE
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